





A lateral perdeu os antigos vincos, ficou mais limpa e ganhou saídas de ar de ambos os lados do compartimento do motor, que acentuaram a sensação de esportividade. As rodas agora são de aro de 17 polegadas de diâmetro, calçadas com pneus ATR de perfil mais baixo, na medida 225/65 que, segundo a marca, oferecem bom rendimento tanto no asfalto quanto na terra.
De traseira, é o estepe fixado na tampa do porta-malas o que mais chama a atenção. Mas o conjunto parece bem equilibrado. O para-choque ganhou um molde na forma de "u" para acomodar adequadamente o estepe, e as lanternas, o brake-light e o spoiler posicionado sobre o teto acentuam um visual mais atualizado.
IMPRESSÕES AO DIRIGIRO que parecia ser uma benção para a apresentação de um modelo dotado de todos os recursos 4x4 disponíveis num veículo desse porte, acabou sendo um pesadelo para os organizadores do evento de apresentação do Mitsubishi TR4 2010. A chuva torrencial que caiu antes e durante o teste-drive, literalmente levou por água abaixo a trilha preparada para utilizar o TR4.
O modelo é dotado de um sistema de tração 4x4 optativo, batizado Super Select 4WD-I, que permite trafegar com tração apenas nas rodas traseiras, ideal para condições normais de uso na cidade ou estrada sobre pisos secos; 4x4 High, que melhora o desempenho ao rodar sobre pisos asfaltados ou de terra mas com pouca aderência; 4x4 High Lock, que também permite rodar em qualquer velocidade sobre pisos com pouca aderência, mas com o diferencial central bloqueado; e 4x4 Reduzido, para uso no off-road mais pesado, em velocidades máximas de até 50 km/h.



A decantada vocação off-road do modelo ficou prejudicada. Mas não totalmente. O TR4 tirou de letra as dificuldades do percurso, tanto rodando em 4x2 quanto em 4x4, com bloqueio acionado ou não. Os pneus, estes sim, pareceram mais adequados para o asfalto do que para a lama, mas não chegaram a prejudicar o desempenho.
Ao volante, a sensação (quase) igual a de um veículo de passeio comum. Posição de dirigir bem elevada, visibilidade total para todos os lados e conforto razoável garantido por uma série de recursos que, na verdade, não poderiam deixar de ser oferecidos num veículo dessa faixa de preço: volante da direção e bancos com regulagem de altura, direção hidráulica, trio elétrico e, opcionalmente, bancos de couro.
O painel de instrumentos oferece bom posicionamento dos botões de controle e mostradores, embora, no trecho de lama, não houvesse a menor condição de apreciá-los. O volante da direção, de três raios, oferece boa pegada e entre os itens de conveniência se destacam o sistema de áudio com MP3, entrada para iPod, USB e Bluetooth.
A versão avaliada, dotada de câmbio automático, tornou o percurso menos divertido, mas valorizou o desempenho do motor. Oferecendo 140 cv de potência (com álcool) a 5.500 rpm e torque de 22 kgfm a 4.500 rpm, demonstrou elasticidade, baixo nível de ruído e respostas precisas ao premer do acelerador.
Infelizmente, a Mitsubishi não costuma revelar informações sobre o consumo real de seus modelos -- informação relevante para todo consumidor. Neste caso, divulgou apenas que o tanque de combustível do TR4 flex tem capacidade de 72 litros de combustível e, abastecido apenas com gasolina e a uma hipotética velocidade constante de 100 km/h, permitiria rodar até 750 quilômetros em modelos com câmbio manual. Média de 10,41 km/l.
Outras importantes características 4x4 que o modelo oferece, como ângulos de ataque e saída de 30 graus, capacidade de subida de rampa de 35 graus e 215 mm de altura livre do solo, importante para superar trechos alagados com até 60 cm de profundidade, não fizeram diferença durante a avaliação. Mas, em situações radicais de uso, podem significar chegar a tempo -- e limpo -- ao destino.
CONCORRÊNCIA DIFERENCIADAPelas suas características de porte, motorização e recursos 4x4, o Mitsubishi TR4 tem como principais concorrentes no Brasil o Toyota RAV4, Honda CR-V, Suzuki Grand Vitara, Chery Tiggo (por enquanto disponível apenas com tração 4x2), e até o Ford EcoSport 4WD. Embora com características diferentes, todos oferecem modernos recursos 4x4.
Porém, se comparados os preços, o TR4 leva boa vantagem. Enquanto o modelo da Mitsubishi, montado no Brasil, tem preço entre R$ 65.550 e R$ 71.990, o concorrente mais barato, o chinês Chery Tiggo custa a partir de R$ 49.900, mas por enquanto apenas com tração 4x2 traseira. O Ford EcoEsport, também nacional, tem preço melhor (R$ 63.605), mas seus sistema de tração 4x4 é mais rudimentar e não oferece os recursos de bloqueio do diferencial e nem de reduzida.
Já o Toyota RAV4, importado do Japão, é moderno e sofisticado, mas está em outra patamar de preço, a partir de R$ 115.000, enquanto o também japonês Honda CR-V parte de R$ 88.410. Resta como competidor real o Suzuki Grand Vitara, marca que retornou ao Brasil recentemente, com preços a partir de R$ 83.090 e oferecendo também os mesmos recursos 4x4 do Mitsubishi.
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