segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Momento Clássico


Facel-Vega II:
um esportivo de peso
Francês da década de 50 esbajava luxo e exclusividade



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Vw Voyage--->23 anos depois das Olimpiadas que lhe deram nome, o sedan da VW ainda está em boa forma

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O Voyage Los Angeles é uma série especial de aproximadamente 3.000 unidades, ano/modelo 1984, lançada pela Volkswagen em homenagem às Olimpíadas ocorridas na cidade de mesmo nome nos Estados Unidos.

Sua característica mais marcante na época em que foi lançado era o tom metálico Azul Enseada, popularmente chamado azul "tampa de panela" (já que eram comum tampas de panelas em alumínio nesse tom). Não há nenhuma comprovação, mas houve rumores na época de que a Volkswagen produziu menos unidades que o previsto, devido à reprovação da cor perante o mercado.

O modelo é movido pelo motor MD270 à álcool, propulsor de 81cv que já equipava o Voyage desde 1983. Seu câmbio era de 4 marchas curtas, e havia como opcional um de 5 marchas, encontrado em raríssimas unidades.
Além do tom azul, alguns detalhes externos marcavam esse Voyage: rodas de liga leve, faróis de neblina, spoiler dianteiro, um friso vermelho estreito ao longo de toda a lateral, friso preto duplo mais abaixo, e aerofólio. Além desses itens, possuia logotipo Los Angeles no pára-lamas e tampa do porta-malas, além de um adesivo de 110cm por 5cm de altura marcante na base de seu vidro traseiro.
Seu interior era caracterizado por confortáveis bancos Recaro com forração em veludo e volante do Passat TS. O rádio era opcional. Seu porta-malas era totalmente forrado por carpete, coisa raríssima para a época.

O exemplar das fotos pertence ao internauta e leitor do AutoDiário Régis Vasconcellos, de Porto Alegre. Trata-se de um L.A. 4 marchas com 71.900km originais, lacrado e com o interior impecável. Este veículo tinha rodado apenas 34.000km até o ano de 2002, e ainda permanece com quase todas suas características originais, inclusive seu estepe.

Régis relata que admira o modelo principalmente pelo seu conforto e pelo bom torque em baixa do MD270. “É um carro excelente para o trânsito urbano, sem esticar demais, temos retomadas rápidas e logo o veículo chega aos 80km/h. Seu desempenho na estrada é um pouco prejudicado pela ausência da quinta marcha.”

A unidade demonstrada na foto vem sofrendo uma intervenção delicada e minuciosa. Todos os detalhes estão sendo valorizados e aos poucos seu proprietário está em busca da completa originalidade. Régis possui toda a documentação do Voyage desde seu 1º dono além do manual do veículo, diferente dos Voyages normais.

Facel-Vega II:
um esportivo de peso
Francês da década de 50 esbajava luxo e exclusividade

Jean Clément Daninos, formou-se na melhor escola francesa de engenharia, des Arts et Métiers (Artes e Ofícios). Trabalhou inicialmente em carrocerias na Citröen, tendo passado também por empresas aeronáuticas. Em 1937 fundou a Metallon, passando a fabricar peças em aço inoxidável. Um ano depois anexou a Skar sueca, com quem já mantinha relações, e esta foi integrada à recém-criada FACEL.

Após a Segunda Grande Guerra, a FACEL (Forges et Ateliers de Construction d'Eure-et-Loir) decidiu atuar na fabricação de automóveis. No início dos anos 50, entrou no negócio dos automóveis fornecendo carrocerias para a Panhard, Delahaye e Simca. Foram construídos cerca de 45 mil Simcas, cujos dividendos permitiram que a Facel lançasse um produto próprio.

Em 1954, o primeiro modelo foi apresentado no Salão de Paris. Jean Daninos, o criador, sempre gostou de carros de prestígio e a França já não tinha os famosos Bugatti, Delage e Delahaye. A criação chamava-se Facel-Vega HK 500, um coupé de quatro lugares e linhas sofisticadas, equipado com um motor V8 de origem Chrysler, 4.5 litros que entregava 180 cv às 4400 rpm, 190km/h de velocidade máxima e um valor abaixo dos 10 segundos para chegar aos 100km/h, isto para um peso de 1800 kg. Francês, mas pesado como os americanos. Na frente, quatro faróis redondos, dispostos verticalmente e a grelha dividida em três partes. A traseira caía de forma suave, em forma de curva, com os faróis traseiros 'pendurados' a meio do declive. Os frisos da carroceria não eram cromados e todas as peças eram em aço-inox. A maioria eram coupés de 2 portas sem pilar central, mas também foram construídos alguns conversíveis.

O HK500 foi evoluindo nos anos seguintes, em 1956 ganhou um motor de maior cilindrada (5.4 litros), entre outros mecanismos, e em 1959 um enorme V8 Chrysler de 6.3 litros.

A evolução final chegou em 1962 com o Facel-Vega II, mais leve, de linhas mais modernas e substancialmente mais rápido.

Em 1962, a Facel sediada em Paris estava à beira da falência e o Facel-Vega II era a última oportunidade de criar um bem sucedido GT de luxo. O carro era altamente exclusivo e caro, custando o mesmo que dois Jaguar Type-E e um Lotus Elan. No entanto, o belo design e exclusividade cativaram a muitos donos famosos, incluindo Stirling Moss e Rob Walker. O motor, um Chrysler de 6.3 litros, entregava 355 cv na versão de caixa automática Torqueflite de 3 relações, e atingia a velocidade máxima de 225 km/h. Com uma caixa manual de 4 relações, a velocidade máxima subia para 247 km/h, controlando 390 cv, o motor com dois carburadores duplos do Chrysler 300. Freios à disco Dunlop nas quatro rodas, direção com assistência hidráulica, bancos em couro e vidros elétricos eram equipamentos de série.

No entanto, assim como seu antecessor HK500, o Facel era pesado, em comparação com os seus rivais (Aston Martin ou Jensen). Pesava quase 2 toneladas com o tanque cheio e quatro passageiros. Também sofria de uma antiquada suspensão, herdada do HK500, provocando um certo desconforto ao rodar.

A produção foi descontinuada após 182 unidades, em 1964. Hoje em dia, algumas centenas de Facel-Vega continuam a rolar, nas estradas à volta do mundo.

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