quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Renault planeja carro barato

Renault planeja carro barato Carlos Ghosn, presidente do grupo Renault-Nissan, afirmou que modelo é estudadoFoi num português bem carregado de sotaque estrangeiro que o presidente mundial do grupo Renault-Nissan, o brasileiro Carlos Ghosn, fez nesta quarta-feira (19/12) um balanço de 2007 e admitiu que a Renault pode ter, sim, um carro de “ultra low coast” (baixíssimo custo) no Brasil em breve.Depois de falar muito sobre os lançamentos da Renault e da Nissan, traçar panoramas do mercados nacional e mundial e responder até mesmo a perguntas sobre o impacto da revogação da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras) nas atividades das montadoras que preside, Ghosn chegou ao ponto derradeiro: a Renault terá um carro compacto de baixo custo no Brasil como o projetado para a Índia?“O veículo que produziremos na Índia é um carro de ‘ultra low coast’, com preço em torno de US$ 2 500 (cerca de R$ 4 500). Já fechamos uma parceria com a Bajaj (fabricante indiana de motocicletas e triciclos) porque o carro tem de ser feito na Índia por indianos para termos esse custo. Se você quer vendê-lo em outros mercados, tem de adaptar o carro e o custo certamente seria maior. Mercados como o do Brasil seriam naturais. Com as adaptações necessárias, será possível que esse carro seja vendido no Brasil", afirmou o executivo.A revelação não contradiz o discurso da Renault no país. Com participação de mercado de apenas 3%, a empresa planeja crescer 10% em 2008. A estimativa, porém, fica abaixo dos 17% de evolução do mercado previstos pela Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores). “Cresceremos acima do mercado”, explicou Carlos Ghosn quando questionado sobre a confusão aritmética.FuturoAs projeções da Renault incluem carros elétricos em primeiro plano. “Para nós, o futuro é de carros elétricos”, destacou Ghosn. “Carro urbano não é só nicho. Eles representam 20% do mercado mundial. Esse é o papel do carro elétrico primeiro em países mais desenvolvidos e, em seguida, nos que estão em desenvolvimento”, disse.“Teremos também diversas novas tecnologias, como injeção direta de combustível e motores com turbo (para melhorar a eficiência da queima do combustível). Tudo será feito de acordo com as necessidades de cada mercado”, falou Ghosn.NissanO tema principal do balanço feito pelo executivo foi a Renault. Não é de se estranhar, já que a Nissan não tem lá muito o que comemorar no Brasil. “O mercado brasileiro é o único no qual a Nissan ainda tem prejuízo. Estamos fazendo de tudo para modificar esse panorama”, declarou o executivo. Quando perguntado sobre a introdução de novos carros da marca no país – sabe-se que a picape Frontier, atualmente importada da Tailândia, será montada em São José dos Pinhais, PR, a partir de 2009 –, porém, Ghosn despistou os jornalistas. Com sotaque gringo, mas boa dose de ginga brasileira.

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