segunda-feira, 18 de maio de 2009

Peugeot incrementa conversível 308 CC com requinte, conforto e tecnologia


Mais do que um veículo, o que se vende hoje é a imagem que determinado modelo projeta para seu comprador. Os esportivos agregam a ideia de juventude e os utilitários esportivos, o espírito aventureiro, por exemplo. Mas, mesmo antes de o marketing inventar o "consumo aspiracional", os conversíveis já transbordavam de simbolismos. Um modelo sem capota projeta, e sempre projetou, a imagem da "dolce vita", bem-vivida e despreocupada. Da simplicidade típica dos roadsters dos anos 60 sobrou pouco. Atualmente, há uma parafernália tecnológica -- que como tal deve ser constantemente atualizada. É o caso do novo 308 CC, apresentado aos jornalistas na região de Dubrovnik, no Sul da Croácia. O modelo da Peugeot chega para substituir o 307 CC, que ainda é comercializado no Brasil.

Evolução do 307CC, cupê conversível 308 CC completa linha média da Peugeot na EuropaO 307 CC, lançado em 2003, nem bem tinha cumprido seu ciclo de vida, normalmente de sete anos. Mas o caso é que a Peugeot tinha pressa para mudar a geração de toda a sua linha média na Europa. No Brasil, por outro lado, o novo modelo só deve dar as caras por volta de 2011, quando o hatch e o sedã 307 devem ser substituídos pela linha 308 -- as duas gerações de médios usam a mesma plataforma com diferenças evolutivas. O novo CC mantém a lógica de teto rígido retrátil, criada pela própria Peugeot em 1935, com o modelo 401 coupé-cabriolet Eclipse, e recuperada para a marca pelo modelo 206 CC no ano 2000. Do velho 401, como o que está exposto na loja da Peugeot na avenida Champs-Élysées, em Paris, foram fabricadas apenas 79 unidades. Do novo modelo, a expectativa da Peugeot é emplacar em torno de 25 mil unidades a cada ano.
SEM TETO, COM GLAMOUR

Peugeot 401 coupé-cabriolet Eclipse (de 1935, acima) lançou lógica do teto rígido retrátil,seguida agora pelo médio 308 CC (abaixo)

VEJA MAIS IMAGENS DO PEUGEOT 308 CCO 308 CC teve um significativo ganho de recursos e de requintes. Como o sistema de comunicação, que se concentra na tela retrátil de 7 polegadas na parte superior do painel. Por ali, se visualiza os controles do som, do Bluetooth para celular e do GPS. Logo abaixo, fica a disqueteira e, na sequência, o controle do sofisticado sistema de ar-condicionado. Ele tem um sistema de ventilação capaz de formar uma cortina de ar e proteger o habitáculo da temperatura externa. O sistema proporciona agradáveis passeios a céu aberto, mesmo em dias muito quentes ou muito frios.Um dos pontos altos do novo Peugeot é o desenho. Na frente, o capô parece conduzido pelos longos conjuntos ópticos para se derramar sobre a grade, que embute o para-choque. De perfil, a frente em cunha, o teto em parábola acentuada e a traseira levemente abaulada transmitem a sensação de velocidade. O design interno segue o bom-gosto típico dos projetistas da marca francesa. Saídas de ar, maçanetas, puxadores da porta e anéis em torno dos instrumentos, com fundo branco, são cromados. No modelo testado, revestimento e carroceria vinham na elegante combinação de couro vinho e pintura branco perolizado.

A Peugeot buscou aprimorar também o comportamento dinâmico e a segurança de seu novo modelo. E já teve como resultado a nota máxima, de cinco estrelas, no EuroNCAP (entidade europeia que testa a segurança dos automóveis). Em relação ao 307, este 308 ganhou cerca de 10% de rigidez torcional. A montadora ainda conseguiu instalar seis airbags no conversível. Além dos frontais e laterais, comuns aos coupé-cabriolets europeus, um pequeno airbag se expande a partir da lateral do apoio de cabeça. Além disso, estão lá ABS, ESP e um sistema que prepara o veículo para a iminência de um capotamento. Nesse caso, arcos de alumínio são projetados, em menos de 20 milésimos de segundo, a partir do apoio de cabeça dos quatro bancos.Na Europa, o modelo pode receber o motor 1.6 a gasolina desenvolvido em conjunto com a BMW. Este propulsor, inclusive, está em fase de homologação no Brasil para ser aplicado a modelo importados por aqui. Ele pode render três níveis diferentes de potência. Aspirado chega a 120 cv com câmbio de cinco marchas. Com turbo de baixa pressão, para o uso de caixa automática de quatro velocidades, vai a 140 cv. Com turbo de alta pressão, com transmissão manual de seis marchas, alcança 150 cv. As configurações diesel são três também: para câmbio manual de seis marchas, uma 1.6 de 110 cv e uma 2.0 com 140 cv. Este mesmo propulsor, com 136 cv, é usado na versão automática.PRIMEIRAS IMPRESSÕESDefinitivamente, o 308 CC é contraindicado para tímidos. Mesmo que os olhares sejam dirigidos ao carro, não há como evitar a sensação de estar numa vitrine. E, de certa forma, o 308 CC funciona mesmo como uma vitrine, tanto da tecnologia quanto do design da Peugeot. O modelo testado dispunha do propulsor mais potente da linha, o 1.6 THP (de Turbo High Pressure, ou turbo de alta pressão). São 150 cv gerenciados por um câmbio manual de seis marchas. Mas o que chama a atenção realmente é o torque, de generosos 24,5 kgfm, a apenas 1.400 giros. A tonelada e meia do 308 CC nem parece pesar nas costas do propulsor. Ele arranca e retoma com impressionante disposição.O habitáculo não é dos mais espaçosos. Na verdade, motorista e carona quase vestem o carro. Mas a sensação não é de aperto. A não ser que algum adulto incauto decida acreditar que pode viajar em um dos dois lugares detrás. Para motorista e passageiro, a vida a bordo é bem agradável. Ainda mais com o isolamento de temperatura que a cortina de vento proporciona. Os comandos e regulagens são bem localizados e obedecem à lógica já consagrada pela indústria. O acabamento é também de primeira linha. Os plásticos aparentes são todos de boa qualidade e todo o revestimento é em couro -- inclusive partes do painel e das portas.Como um bom conversível moderno, o 308 CC tem duas personalidades bem marcadas pela posição do teto. Com o teto fechado, há uma melhor distribuição de peso sobre os eixos e maior equilíbrio nas curvas. No modo cabriolet, o aumento de massa sobre o eixo de trás faz com a traseira tente fugir da trajetória na curvas mais acentuadas. Em compensação, é com o teto recolhido que o CC mostra seu lado de carro de passeio, quando não há pressa para se chegar onde quer que seja. É, de fato, o lado "dolce vita" do carro da Peugeot. (por Eduardo Rocha)

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