quinta-feira, 30 de abril de 2009

Embraer registra lucro de R$ 38 milhões no 1º trimestre

A fabricante brasileira de aviões Embraer registrou um lucro de R$ 38,3 milhões (R$ 0,052 por ação) no primeiro trimestre deste ano, depois de ter registrado um prejuízo de R$ 40,6 milhões no quarto trimestre do ano passado. Em relação ao primeiro trimestre do ano passado (quando o lucro foi de R$ 152,1 milhões), no entanto, o resultado divulgado nesta quinta-feira representa uma queda de 75%.
A receita líquida da empresa no período foi de R$ 2,667 bilhões, um avanço de 14,9% sobre o resultado apresentado um ano antes (receita de R$ 2,321 bilhões).
Segundo a Embraer, o trimestre passado foi marcado por pedidos de cancelamento de aviões no segmento de aviação executiva e adiamento de entregas no segmento de aviação comercial, "por conta da forte desaceleração econômica mundial".
Entre janeiro e março, a Embraer entregou 40 jatos para os segmentos de aviação comercial e executiva, uma redução de 11,1% na comparação com o primeiro trimestre de 2008, quando o total de entregas foi de 45 aeronaves.
Devido à desaceleração econômica no trimestre passado, a Embraer revisou para baixo a estimativa de entregas de jatos, de 270 para 242 unidades --sendo 115 entregas para o segmento de aviação comercial e 17 jatos Legacy 600 e Lineage 1000 para o segmento de aviação executiva, além de 110 jatos Phenom para o mesmo segmento.
A estimativa de receita da Embraer para 2009 foi revista de US$ 6,3 bilhões para US$ 5,5 bilhões --sendo US$ 3,3 bilhões referentes ao segmento de aviação comercial; US$ 800 milhões, ao de aviação executiva; US$ 600 milhões ao de defesa e governo; e US$ 800 milhões às receitas de serviços aeronáuticos e outras atividades.
"Para se adequar ao novo nível estimado de receita para 2009, a Embraer iniciou um severo programa de corte de custos focado em despesas gerais, com fornecedores e financeiras, incluindo a redução de 20% no quadro de empregados da Empresa, incluindo mão-de-obra operacional, administrativa e lideranças, bem como a eliminação de um nível hierárquico da estrutura gerencial", informou a Embraer, em um comunicado.
Demissões
No último dia 13, o presidente do TST (Tribunal Superior do Trabalho), ministro Milton de Moura França, aceitou o
pedido feito pela Embraer para manter as demissões de 4.200 trabalhadores, anunciadas no fim de fevereiro. Com isso, a empresa poderá manter a dispensa dos empregados até o julgamento final pelo TST.
Segundo nota do TST, Moura França entendeu que a decisão do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região, contrária às demissões, feria a legislação trabalhista. Para o presidente do TST, a Embraer nada mais fez do que exercitar seu direito.
"As dispensas foram alicerçadas em comprovadas dificuldades financeiras capazes de comprometer o regular exercício de sua atividade econômica, que recebe, igualmente, proteção na ordem constitucional e legal do país", afirmou o ministro, em seu despacho.
Em sua primeira decisão, o TRT de Campinas determinou que as rescisões contratuais na Embraer, feitas sob a alegação de dificuldades financeiras decorrentes da crise econômica mundial, fossem suspensas até o dia 5 de março, data da primeira audiência de conciliação.
Após tentativas de conciliação, o tribunal, embora não tenha determinado a reintegração dos demitidos, determinou à Embraer o pagamento de salários aos funcionários desde 19 de fevereiro, a data da demissão, até o dia 13 de março, dia da última rodada de negociações, como se os contratos empregatícios ainda estivessem em vigor.

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