quinta-feira, 23 de abril de 2009

GM perto de deixar a Opel; cadeia de produção sofre

A General Motors está mais perto de vender sua participação majoritária na Opel, enquanto o prazo-limite para a Chrysler encontrar um parceiro entra em seus últimos dias. Enquanto isso, a Toyota conseguiu se manter como a maior do mundo mesmo depois de sofrer queda de 27% nas vendas.

Por sua vez, a AutoNation, maior rede de concessionárias de automóveis dos Estados Unidos, divulgou resultados que superaram as estimativas de Wall Street, mas informou que seu lucro trimestral despencou quase 32% pela continuidade da fraca demanda por veículos no país.

Já a fabricante de autopeças Bosch, a maior fornecedora de componentes automotivos do mundo em vendas, afirmou que continuará a cortar postos de trabalho este ano na Alemanha e em outros países -- e sua rival Continental anunciou que se prepara para apertar os cintos.

A GM tem em 1º de junho o prazo final dado pelo governo dos EUA para reestruturar suas operações ou amargar um processo de recuperação judicial. A montadora precisa vender uma grande participação na Opel, sua subsidiária europeia com base na Alemanha, para obter US$ 4,3 bilhões em garantias de empréstimo do governo alemão para socorrer a unidade deficitária.

FIAT SE MEXE
A italiana Fiat, que anunciou perdas no primeiro trimestre, reiterou seu desejo de completar uma aliança com a Chrysler, controlada pela Cerberus Capital Management, e surgiu nesta quinta-feira (23) como uma compradora em potencial da Opel.

Armin Schild, que representa o sindicato alemão de metalúrgicos IG Metall na diretoria da Opel, disse à Reuters que a Fiat está conversando com a GM para comprar uma participação no controle da Opel. Mais cedo, a revista alemã Spiegel Online disse que a Fiat assinará um documento de intenção para um acordo na próxima terça-feira. A publicação citou fontes próximas das negociações.

No entanto, o presidente-executivo da montadora italiana, Sergio Marchionne, afirmou que não tem tido conversas diretas com a Opel, e que não há nada para anunciar com relação a um acordo. Um porta-voz da Opel afirmou que a companhia está negociando com vários interessados, mas evitou identificá-los. Schild afirmou que o IG Metall é contrário a tal transação.

OPEL EM ABERTO
Duas fontes próximas da situação informaram à Reuters que a Fiat e a fabricante canadense de autopeças Magna Steyr estão interessadas em ter participação na Opel, mas um acordo não é iminente. A Magna não comentou o assunto.

Em comunicado sobre resultados trimestrais, a Fiat informou que vai continuar perseguindo estratégia de alianças enquanto negocia com a Chrysler. Se a Fiat não conseguir um acordo com a norte-americana, alguns analistas afirmam que a companhia pode se voltar para a GM para ganhar a escala que precisa para sobreviver à pior crise da indústria automotiva em décadas.

Mas restam dúvidas sobre como a Fiat poderia financiar um acordo como esse, uma vez que a empresa italiana também tem carga de dívidas que vencem este ano. O presidente-executivo da GM, Fritz Henderson, afirmou que a montadora foi contatada por mais de seis compradores potenciais, muitos dos quais são investidores financeiros.

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