terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Projeto cancelado de R$ 19 mi é alvo de disputa


Disputa entre universidade e SPTrans revela desperdício de dinheiro público

O Site Railbuss divulgou uma matéria do sistema de transporte público de São Paulo e mostra o desperdício devido as péssimas administrações do governo paulista em termo de cumprir os compromissos firmados e dar continuidade a esses compromissos...

Doze anos depois do início das obras do projeto "Fura-Fila" na capital paulista, a prometida tecnologia que diferenciaria o sistema de um simples corredor de ônibus vira disputa entre a prefeitura de São Paulo, através da SPTrans e de uma universidade do interior do estado e revelam o desperdício de cerca de R$ 19 milhões.

O convênio para desenvolvimento de tecnologia foi firmado em 1º de julho de 2003 entre a SPTrans, a empresa Compsis e a Univap (Universidade do Vale do Paraíba, representada pela Fundação Valeparaíbana de Educação), as duas últimas sediadas na cidade de São José dos Campos, interior de São Paulo. O objeto do contrato era o sistema de guias magnéticos que conduziriam os ônibus como uma espécie de piloto automático, podendo até dispensar a presença de motorista e a equipagem e integração de 15 veículos (semelhantes ao da foto inicial desta reportagem) ao controle inteligente dos terminais de parada e de transferência.

Segundo a instituição, a prefeitura não cumpriu a parte no acordo, que era entregar a via elevada dentro do prazo de desenvolvimento do projeto e sequer respondeu aos contatos feitos à partir de 2005 para reuniões de aprimoramento e rediscussão dos ítens previstos em contrato. A Universidade reinvindica ainda o pagamento de R$ 2 mi para terminar o projeto e promete entregar 4 dos 15 veículos previstos no contrato.

Uma investigação do Ministério Público de São Paulo sobre este assunto foi arquivada há pelo menos 2 anos, quando a Universidade apresentou a documentação que comprovava o andamento do projeto, pelo menos dentro da instituição.

A contratação e o pagamento aconteceram durante a gestão de Marta Suplicy em São Paulo. A assessoria da ex-prefeita informa que não há qualquer irregularidade no contrato e que os 15 veículos da SPTrans foram enviados para a sede da universidade em São José dos Campos para receber a tecnologia desenvolvida. Eram ônibus híbridos - combinando tração elétrica com alimentação por motor à diesel - e a meta era que em 2005 já estivessem funcionando, sendo a descontinuidade do projeto atribuída à gestão Serra-Kassab.

Já para a atual administração, a aventura do VLP é coisa do passado. A Secretaria Municipal dos Transportes rompeu o contrato em janeiro deste ano, após já ter pago o valor de R$ 19 mi entre 2003 e 2004. E o valor não corresponde ao projeto completo, que atualizado para os dias de hoje corresponderia a R$ 27 milhões. Em entrevista à Agência Estado, o secretario municipal de transportes, Alexandre de Moraes, a prefeitura estuda pedir aos envolvidos o ressarcimento dos valores pagos.

Herança
Herança do governo do prefeito Celso Pitta na prefeitura de São Paulo (1996), o projeto fura-fila é um grande representante do desperdício de dinheiro público.


Veículo desenvolvido para a primeira versão do Fura-Fila, ainda na gestão Celso Pitta: descontinuado e retirado de circulação.

Segundo prestação de contas da prefeitura de São Paulo, a aventura do "Fura-Fila" custou aos cofres públicos cerca de R$ 1,4 bilhão, onde apenas 8 quilômetros ficaram prontos na primeira etapa, um custo exorbitante para um corredor de ônibus.

Do antigo sistema previsto, de VLP's (veículos leves sobre pneus), pouca coisa restou. As vias elevadas foram concluídas, mas a ideia de trilhos magnéticos guiando os veículos foi abandonada, assim como os próprios veículos que foram substituídos por ônibus à diesel com algumas adaptações.

Hoje
Em julho de 2009 o convênio completa 6 anos, mas nenhum ônibus com a tecnologia prometida roda no sistema. O laboratório da Universidade responsável pelo desenvolvimento do sistema encontra-se parado há quase um ano.

Já sobre o corredor, foi rebatizado como Paulistão na gestão Marta e rebatizado novamente na gestão Serra-Kassab com o nome Expresso Tiradentes. O projeto recebeu adaptações e a conclusão dos 31 quilômetros do corredor está prevista para até o fim de 2012.


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