sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Ainda sem saber ao certo sobre o futuro da Saab, o presidente da General Motors Europa, Carl-Peter Forster, informou que o grupo norteamericano está prestes a acertar um acordo com o governo da Suécia para ajudar a marca escandinava. Forster também disse que qualquer acordo terá de se adequar a um ‘plano de viabilidade’ que a GM tem de apresentar ao governo dos EUA no final de fevereiro. O acordo com o governo sueco serviria para dar à deficitária Saab condições de andar com as próprias pernas, reestruturando a marca.A Suécia diz que, apesar de ter interesse em ajudar a Saab, não quer assumir a marca sozinha, mas a GM informou que pode conceder o controle da marca para que ela possa atingir a estabilidade, enquanto o grupo norteamericano continuaria a fornecer arquiteturas e tecnologias à Saab.A marca escandinava tem três lançamentos para o mercado europeu programados para os próximos dois anos: a nova geração do atual modelo 9-5 (foto), um SUV médio, e o modelo 9-4X. Caso o acordo entre a GM e o governo sueco não dê certo, a Saab tem chances de fechar as portas de sua sede em Trollhattan e encerrar 70 anos de história.
Itália aprova pacote de ajuda ao setor automotivo, diz fonte

ROMA (Reuters) - O governo da Itália aprovou na sexta-feira decreto que cria pacote de ajuda à indústria de veículos do país e que inclui incentivos de 1.500 euros para consumidores trocarem automóveis antigos por novos, informou uma fonte do governo.
O decreto também deve oferecer incentivos para setores de eletrodomésticos e móveis.
Brasil é peça-chave para General Motors
Carsale - O lançamento do Captiva 2.4 litros à imprensa especializada, realizado nesta semana, teve como pano de fundo o clima de descontração dos executivos da General Motors do Brasil. Em meio à crise econômica que acertou em cheio a matriz norteamericana, a GM brasileira está animada e celebra os 35 anos de seu Campo de Provas, em Indaiatuba, interior de São Paulo. Apesar da crise, a comemoração se inspira na autosuficiência conquistada pela subsidiária.

A GM do Brasil investiu cerca de US$ 100 milhões na reestruturação e ampliação de seus laboratórios, tanto em Indaiatuba quanto em São Caetano do Sul, onde será inaugurado um novo prédio no Centro Tecnológico, nos próximos meses. "Dinheiro gerado por aqui, por recursos próprios, sem empréstimos dos Estados Unidos", reiterou o vice-presidente da empresa, José Carlos Pinheiro Neto. E o corte de empregos? "Fizemos de tudo para evitar esta situação. Estávamos preparados para vender 3,2 milhões de veículos neste ano, mas com a crise nossa previsão baixou para 2,5 milhões", justificou o executivo. E antes que alguém perguntasse, ele se adiantou. "A GM não vai quebrar. Desde o início confiamos nestes recursos cedidos pelo governo norteamericano. Eles estão no caminho de plena recuperação", afirmou.
A principal novidade do Campo de Provas é o Black Lake, uma área de 400 metros x 300 m para testes em Dinâmica Veicular, construída para o desenvolvimento e validação de freios ABS, sistemas eletrônicos de estabilidade e controle de tração, direção, pneus e suspensão de veículos. Com ela, a GM não precisará mais enviar os veículos em desenvolvimento para a Europa ou América do Norte. A pista para medição de ruídos internos também é nova, e alguns laboratórios foram ampliados, como Teste de Impacto e Segurança, Elétrico e Eletrônico, Ruídos e Vibrações e Estrutural.
Desde 2006, o Brasil é um dos cinco centros de desenvolvimento globais da General Motors, espalhados também pela América do Norte, África e Oriente Médio. Se o País já era importante para a matriz, hoje é quase uma luz no fim do túnel. "O Brasil é peça-chave para a General Motors. Repito que continuaremos a investir neste país que está ajudando a reinventar nossa próxima geração de produtos", discursou Jean Queen, vice-presidente global de Engenharia da General Motors Corporation.LançamentosA GM garante que 2009 será um ano bem movimentado. Depois do Captiva 2.4 litros, será a vez do novo Vectra chegar às concessionárias, daqui a duas semanas. Com frente reestilizada e prováveis mudanças na motorização, o modelo será uma estratégia da fabricante para recuperar fôlego frente à forte concorrência japonesa. As mudanças também chegarão ao Vectra GT.No segundo semestre, será a vez do hatch derivado da plataforma Viva, que ao todo contará com seis modelos - entre eles, um jipinho para concorrer com o EcoSport. A GM foge do assunto, mas o sedã Malibu, produzido nos Estados Unidos e apresentado no Salão do Automóvel de São Paulo, também deve chegar ao mercado brasileiro ainda neste ano.

Ford Focus Ghia tem tudo para agradar, mas câmbio manual atrapalha
O Ford Focus hatch ocupa o terceiro lugar entre os médios
O novo Ford Focus é um dos poucos carros vendidos no Brasil que está em sintonia com seu correspondente no mercado de origem -- no caso, a Europa. Poucos meses após a apresentação da atual geração do modelo no Velho Continente, a marca do oval azul já o trouxe para o Mercosul. O lançamento foi na Argentina, país em que o Focus vendido aqui é fabricado, em setembro de 2008.
Por ora, a geração anterior do médio está mantida, porque possui motorização flexível sob o capô. Ao Focus novo, os propulsores 1.6 e 2.0 bicombustíveis só devem chegar no decorrer desse ano. Com a crise financeira ainda ardendo, não se pode cravar uma data para isso. Quando acontecer, a gama será unificada sob o design atual. Até lá, a única opção para o consumidor que deseja comprar o Focus renovado é o conhecido propulsor Duratec 2.0 a gasolina, capaz de gerar 145 cavalos de potência.As maiores atrações do Focus reformulado são seu design e a modernidade do projeto. No caso do hatch, a mudança exterior foi tão intensa que o antecessor já parece um tanto desarmonioso. Entre os novos traços, os mais marcantes estão, à frente, no conjunto óptico de desenho fluido, na grade maior e mais pronunciada e nos dois ressaltos no capô (antes eram apenas vincos); atrás, na forte inclinação da tampa do porta-malas.Quanto à plataforma do novo Focus, ela é global e suficientemente versátil para embasar modelos tão diferentes quanto o hatch Volvo C30 e o crossover Ford Kuga.

PRESSA DE SUBIR

Hoje, o aparente açodamento da Ford em trazer o Focus renovado antes de oferecer um motor flex pode ser explicado, ao menos parcialmente, pelo bom momento que a indústria automotiva viveu no Brasil até outubro de 2008. Praticamente tudo que era oferecido, era vendido -- e nos planos da Ford não seria diferente com o Focus a gasolina.A crise bateu forte desde então, mas mesmo assim as vendas do hatch têm sido expressivas. Ele é o terceiro colocado no segmento dos dois-volumes médios, considerando os dados da Fenabrave (federação dos distribuidores) relativos a janeiro. Perde apenas para Chevrolet Astra e Fiat Punto. No entanto, esses dados não discriminam quantas unidades são do Focus "velho" e quantas são do novo. Já o sedã continua sendo um mau vendedor, ficando em nono lugar entre os três-volumes médios. E isso porque a Ford alardeou, a sério, que queria enfrentar Honda Civic e Toyota Corolla...
FOCUS EM FOCO: PECULIARIDADES DO HATCH
DESIGN

A traseira fortemente inclinada é sublinhada pelas lanternas dispostas verticalmente, além do defletor no final do teto (na versão Ghia)
PRÁTICOO botão Power, logo abaixo da alavanca do câmbio, aciona a eletricidade (um toque leve) e o motor (toque prolongado)
NÃO-PRÁTICO

O capô do motor abre com chave: é preciso deslocar o logotipo da Ford e desmontar a chave canivete para chegar até o propulsor
O QUE ESSE CARRO TEM UOL Carros rodou por uma semana com um Focus hatch na configuração top de linha, a Ghia, com câmbio manual de cinco marchas. O preço de lista de fábrica para ela é de R$ 65.130, já com IPI reduzido. Caso se deseje a transmissão automática de quatro velocidades e trocas sequenciais, o preço sobe R$ 4.255. Ela é o único opcional da versão Ghia.De série, o Focus Ghia inclui, entre outros itens: ar-condicionado digital dualzone, direção eletro-hidráulica, trio (vidros, travas e retrovisores) elétrico, computador de bordo, cruise control (piloto automático), rodas de liga-leve de 16 polegadas, sistema de som Sony com conectividade por USB e comando de voz, freios com ABS (antitravamento), EBD (distribuição eletrônica da frenagem) e CBC (antiescorregamento das rodas traseiras), airbags frontais, defletor traseiro e teto solar elétrico.O carro possui ainda luzes de cortesia para o assoalho dianteiro e, no lado externo, sob os retrovisores (que têm repetidores de seta). A partida é dada apertando um botão no console, numa espécie de "assinatura" da modernidade do Focus.O acabamento interno é sóbrio e adequado, em preto e tons de cinza. Destaque para os confortáveis bancos de couro (o material recobre também o volante), que garantem ótima posição de dirigir (o ajuste de altura é elétrico e os demais são feitos na mão); para o bom ar-condicionado, que resfria a cabine rapidamente; e também para o som Sony, que possui entrada USB dentro do apoio de braço dianteiro (cuja tampa não fecha: desaba). No geral, quatro pessoas viajam muito bem dentro do Focus hatch, sendo que os passageiros traseiros também desfrutam de apoio de braço, com porta-copos.Há algumas ressalvas a fazer. É realmente muito chique dar a partida no carro apenas apertando o botão Power, que fica no console central. Só que, ao menos em tese, há o risco de o carro ser desligado por um toque acidental quando parado num farol ou num congestionamento.De resto, o novo Focus passou longe de aposentar a chave. Ela é necessária para abrir as portas (remotamente). Tem de estar dentro do carro para que o sensor de presença permita a ignição -- se o motorista for assaltado e descer com ela, a ignição do Focus será cortada mais adiante. E só ela abre o capô do motor, que tem uma fechadura escondida sob o oval azul da Ford (veja foto nesta página). Ou seja: o motorista ainda vai ter de carregar peso e volume no bolso. A chave-cartão do Renault Mégane, que é introduzida num slot no painel e cabe na carteira, talvez seja uma solução mais prática.

IMPRESSÕES AO DIRIGIR

Durante a rodagem, fica claro que o grande destaque dinâmico do Focus hatch ainda é a suspensão independente nas quatro rodas. Ela garante uma leitura do solo muito favorável aos ocupantes, evitando solavancos e mantendo o carro grudado no chão mesmo nas ondulações mais fortes. Também devido a esse sistema, e com a ajuda dos pneus relativamente largos e baixos (205/55, em rodas de 16 polegadas), o Focus é bastante estável. Os pneus vão cantar nas curvas mais abusadas, mas dificilmente a trajetória não será a esperada pelo motorista.
DADOS TÉCNICOS
A GASOLINA, POR ORA

Motor Duratec de 2 litros, capaz de gerar 145 cavalos, usa só o combustível fóssil; versões flex 1.6 e 2.0 do novo Focus devem vir este ano

Motor Duratec de 2 litros, capaz de gerar 145 cavalos, usa só o combustível fóssil; versões flex 1.6 e 2.0 do novo Focus devem vir este ano
motor 2.0 de 145 cavalos é suficiente para boas arrancadas e retomadas, e mantém velocidades de cruzeiro satisfatórias em viagens longas -- por exemplo, 120 km/h -- sem fazer grande esforço. O consumo foi medíocre: rodando quase todo o tempo na cidade, o Focus bebeu um litro de gasolina a cada 7,1 km.Pelo computador de bordo, é possível escolher entre três ajustes para a direção (o carro tem de estar parado para fazê-lo). Não se nota grande diferença entre as opções normal e conforto. Ambas deixam o volante mais leve e "bobo". Já o modo esportivo (ou "desportivo", no português de Portugal usado na telinha) o endurece e o torna mais direto e nervoso.Pelo menos na unidade testada (que, por sinal, era zeradíssima), o câmbio manual não agradou. O pedal da embreagem mostrou-se alto e duro, e os giros do motor relutavam a cair nas trocas ascendentes de marcha. É possível sentir isso claramente no pé esquerdo. As soluções possíveis: trocar as marchas de modo mais estudado, o que exige atenção e tira um pouco do prazer de dirigir, ou explorar todo o curso da embreagem. Isso cansa o motorista, especialmente no trânsito urbano. Além disso, o engate da terceira (principalmente) e quinta marchas não é nada amigável.Na verdade, há outra solução para esse desconforto: se você planeja comprar um Focus Ghia hatch é porque tem bala na agulha, certo? Então, vá até o fim nessa proposta: prefira o carro com transmissão automática. A nosso ver, somente com essa configuração, acrescida do futuro motor 2.0 flexível, o novo Focus efetivamente atingirá o patamar de qualidade superior entre os dois-volumes das quatro grandes montadoras. Lugar que muita gente acredita que já é dele, por definição.

GURGEL

Gurgel, o mais exitoso construtor em série de automóveis genuinamente brasileiros. Dizer que Gurgel fracassou é como afirmar que um casamento que completou bodas de prata não deu certo. Muito embora empresas sejam pensadas para durar para sempre, a do engenheiro paulista teve seu êxito durante um bom tempo (e chegou de fato a valer muito). Em 25 anos foram 40 mil automóveis produzidos – parece que foi bem mais, pela quantidade de carros que se vê nas ruas... Sim, Gurgel foi quem chegou mais perto de uma indústria automobilística genuinamente nacional. Em fotos antigas da fábrica, é possível notar algumas soluções engenhosas, caso do carrossel de montagem (em vez da tradicional linha de montagem), uma solução que ocupava muito menos espaço. Hoje há fábricas de automóveis no Brasil, mas são artesanais, voltadas a nichos específicos, caso da Lobini ou da própria Troller .Gurgel foi o precursor do carro "popular" no Brasil. Ironicamente depois foi engolido pelos "populares" das marcas multinacionais. A quem interessava o êxito da Gurgel? A quem não interessava? Interessante notar que, no mesmo ano em que nascia a Gurgel, surgia a Embraer, outro sonho brasileiro que quase foi à bancarrota nos anos 90, hoje uma realidade absolutamente respeitada mundo afora – e que está completando seus 40 anos.

Nenhum comentário: