quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Fiat

Fiat é condenada em processo de US$ 100 milhões

Montadora terá de pagar indenização à empresa que distribuía 50% de seus veículos no Brasil
EXAME
Fábrica da Fiat em Betim: esqueleto judicial veio em momento ruim para o setor automotivo

Em um ano que o mercado de veículos no Brasil deve encolher, a Fiat tem mais um problema: uma conta de 100 milhões de dólares a título de indenização a ser paga a um antigo fornecedor. A montadora foi condenada num processo movido pela BF Transportes, empresa que até 1999 realizava 50% da distribuição dos veículos da marca italiana produzidos no Brasil. A BF argumenta que, em 1996, a Fiat passou a descumprir parcialmente o contrato e o rompeu por completo em fevereiro de 1999. Na época, 90% das operações da BF eram atreladas à distribuição da Fiat. Para isso, a transportadora dedicava 150 caminhões próprios e ainda operava com 300 veículos de terceiros. Com o rompimento do contrato, a empresa alega que teve de demitir boa parte dos funcionários.

A Fiat foi condenada pelo Superior Tribunal de Justiça em dezembro de 2007, mas apenas no dia 12 de janeiro de 2009 foi divulgado o resultado da perícia judicial, apurando o valor de 226,3 milhões de reais a ser pago à BF. O laudo é assinado pela perita Ângela Maria de Almeida, designada pela 6ª. Vara Civil de Betim, onde o processo começou. De acordo com o advogado da BF, Luiz Cesar Pascual, a empresa ganhou na Justiça o direito de receber os lucros cessantes relativos ao transporte de cerca de 2 milhões de automóveis. O montante apurado pela perícia equivale a 13% do lucro líquido registrado em 2007 pela Fiat.

No último balanço da Fiat, relativo ao exercício de 2007, o valor provisionado para contingências era de 356 milhões de reais. As notas explicativas do balanço, no entanto, indicavam que boa parte das provisões era direcionada a processos de natureza tributária. Por meio de sua assessoria de empresa, a Fiat diz que está contestando o valor apurado pela perícia judicial.

Fiat vai assumir participação na Chrysler

FRANKFURT (Reuters) - A Chyrsler anunciou nesta terça-feira que junto com a Fiat e o fundo de investimentos Cerberus Capital Management assinou acordo para a criação de uma aliança global em que a montadora italiana deterá participação de 35 por cento na rival norte-americana.

A Chrysler informou que a aliança, que será um elemento importante em seu plano de viabilidade, vai dar à empresa acesso a plataformas de veículos com consumo eficiente de combustível, motores e componentes que serão produzidos em suas próprias fábricas.

A Fiat receberá inicialmente uma participação de 35 por cento na Chrysler e a aliança não envolve investimento em dinheiro da Fiat na Chyrlser e nem um compromisso de financiamento na Chrysler no futuro.

A notícia foi informada inicialmente pelo canal de televisão CNBC.

O acordo dá à Chrysler recursos de distribuição em importantes mercados em crescimento, bem como oportunidades de economias substanciais de custos.

As notícias sobre o acordo transatlântico surgiram depois que políticos tiveram dificuldades em moldar uma resposta coordenada à pior crise que atingiu o setor automotivo em décadas.

A participação na Chrysler --que pode ser maior segundo o vice-presidente-executivo da Fiat, John Elkann-- dará à montadora italiana a escala necessária para sobreviver.

A Chrysler poderá expandir seu portfólio para incluir carros menores e que poluem menos, para se adequar aos critérios de acesso a fundos norte-americanos.

O presidente da montadora norte-americana, Bob Nardelli, informou empregados em uma carta que o governo Obama irá fornecer 4 bilhões de dólares em financiamento inicial à Chrysler.

A economia de recursos decorrente da colaboração é estimada entre 3 bilhões e 4 bilhões de dólares, informou o Wall Street Journal.

"Compartilhar tecnologia deve, inevitavelmente, economizar recursos", disse Harald Hendrike, analista do Bank of America Merrill Lynch.

"A Fiat está considerando a Chrysler uma forma barata de entrar novamente no mercado norte-americano."

Mas o otimistmo da Fiat em relação ao acordo foi surpreendente, dado que "o que a Daimler ou empresas de private equity não conseguiram solucionar não deverá ser solucionado pela Fiat", acrescentou o analista.

O acordo da Fiat é o mais recente de uma série de alianças formadas por montadoras para cortar custos e melhorar as margens de lucro.

Analistas questionaram se a Chrysler sobreviveria sem uma parceria. A maioria das vendas da companhia é realizada no mercado norte-americano, onde registrou uma queda de 30 por cento no último ano.

(Reportagem adicional de David Dolan, Nathan Layne, Marcel Michelson, Gianni Montani, Emmanuel Jarry)


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