quarta-feira, 19 de novembro de 2008

No Brasil, GM diz que vive sem matriz

Comunicado oficial destaca independência da divisão nacional diante da crise
Falência e concordata. Essas são as palavras que assombram os executivos das grandes montadoras norte-americanas (em especial Chrysler e General Motors), envolvidas recentemente em boatos sobre a continuidade de suas operações.

E as notícias tem mesmo incomodado as multinacionais. Prova disso é o comunicado oficial divulgado pela GM do Brasil nesta terça-feira (18), no qual a marca afasta os rumores de que o pior pode acontecer e enfatiza sua independência em relação à matriz.

A nota apenas situa o mercado em relação ao atual panorama e não traz grandes novidades, mas, no item de número 7, uma passagem chama atenção:

Em qualquer cenário da reestruturação das operações da GM na América do Norte, as atividades da GM do Brasil, independentes que são, não serão diretamente afetadas, e nossos consumidores podem ter certeza de que nós continuaremos a prover os excelentes produtos e serviços aos quais eles já estão acostumados.

Ou seja, qualquer que seja o destino da matriz (fusão, recuperação, concordata ou mesmo falência), a General Motors do Brasil teria independência para seguir adiante. Confira a íntegra da declaração abaixo:

A GM, O BRASIL E A REALIDADE DOS FATOS

Tendo em vista os recentes artigos publicados na imprensa sobre a situação da General Motors Corporation e a indústria automobilística nos Estados Unidos e com o objetivo de esclarecer o público em geral, os consumidores de veículos da marca Chevrolet, os fornecedores, os concessionários
Chevrolet e os parceiros do mercado financeiro, a Genera l Motors do Brasil sente-se no dever de prestar os seguintes esclarecimentos:

1. O mercado financeiro global atravessa neste momento sua pior crise das últimas décadas, com reflexos e conseqüências em todos os países, tanto os desenvolvidos como aqueles em desenvolvimento.

2. A General Motors Corporation – assim como outras montadoras e também empresas de outros setores da economia – vem sofrendo as conseqüências da situação financeira norte-americana, que está levando o setor automobilístico a fechar 2008 com um volume de vendas total de 13 milhões de veículos, ou seja, 3 milhões de veículos a menos se comparados aos 16 milhões vendidos nos Estados Unidos em 2007.

3. Mesmo diante dessa nova realidade financeira, a General Motors Corporation, que completou recentemente 100 anos de existência, continua determinada a executar seu plano de reestruturação, ao mesmo tempo em que mostra sua liderança tecnológica com o lançamento de novos e atraentes veículos, entre os quais se destaca o Chevrolet Volt, o primeiro automóvel elétrico a ser produzido em série e comercializado nos Estados Unidos no final de 2010, ano em que os efeitos de sua reestruturação já serão bem mais visíveis.

4. Como empresa global, a GM já vende hoje mais de 60% dos seus veículos fora dos Estados Unidos e vem crescendo cada vez mais nos países emergentes, como Brasil, Rússia, China e Índia. Nesses mercados, a GM está mantendo seus agressivos planos de investimentos e crescimento.

5. Desde 2006 as operações da General Motors do Brasil são lucrativas e a região à qual está integrada, que é a LAAM – Operações da GM na América Latina, África e Oriente Médio, tem sido a mais lucrativa este ano, colaborando de forma decisiva para o fortalecimento da situação financeira da matriz. No Brasil, alguns dos nossos recentes lançamentos de produtos, como a Chevrolet Captiva, têm feito muito sucesso junto aos consumidores, tendo inclusive recebido diversos prêmios por parte da imprensa especializada.

6. Por ser uma entidade jurídica distinta da Corporação, a General Motors do Brasil atua de forma independente e, por essa razão, estão mantidos todos os investimentos já programados para o período de 2009-2012, entre os quais a construção da nova fábrica de motores em Joinville, o Centro Logístico de Distribuição de Veículos no Porto de Suape, em Pernambuco, o desenvolvimento e lançamento de um novo veículo a ser produzido em São José dos Campos, a expansão e modernização das fábricas e do Centro Tecnológico de São C aetano do Sul nas áreas de design e engenharia, além do desenvolvimento de novos veículos Chevrolet que chegarão ao mercado nesse período.

7. Em qualquer cenário da reestruturação das operações da GM na América do Norte, as atividades da GM do Brasil, independentes que são, não serão diretamente afetadas, e nossos consumidores podem ter certeza de que nós continuaremos a prover os excelentes produtos e serviços aos quais eles já estão acostumados.

8. Finalmente, a GM manifesta a certeza de que as autoridades norte-americanas encontrarão uma saída para a crise que está afetando sua economia e, por conseqüência, a sua indústria automobilística, a maior do mundo, ao mesmo tempo em que reafirma sua confiança na economia brasileira, que, graças aos seus sólidos fundamentos, vem sendo menos afetada que a de outros países. São Caetano do Sul, 18 de novembro de 2008.

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