quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Alfa Romeo Montreal

Imagine que você possui uma máquina do tempo e viajou cerca de 40 anos ao passado. Agora você está numa espécie de "feira mundial" (comuns naquela época) e procura por um carro capaz de se adequar perfeitamente àquilo que os consumidores buscam. Um carro que reúna tecnologia e visual moderno. O que imaginaria encontrar? Algo como um BMW e sua tecnologia Efficient Dynamics? Um Ford, devido ao seu conceito de prazer ao dirigir para todos? Ou quem sabe a Tata, com o seu popular Nano? Mas, em vez disso, pode ser que você prefira um Alfa Romeo equipado com um maravilhoso V8 sob o capô. Não, não ria.Você está em 1967, quando as tais exposições eram muito populares e Montreal, no Canadá, sediou uma delas. O nome era pomposo: Exposição Universal e Internacional (lembre-se que aquela era a época da corrida espacial). Pois bem, nesse evento, o carro que se destacou e chamou a atenção de todos foi um conceito apresentado pela Alfa Romeo que, de acordo com os diretores da empresa na época, era "o máximo que um homem poderia esperar em um automóvel". Como um dos motivos para que a exposição tivesse ocorrido no Canadá foi o centenário do país, a Alfa Romeo decidiu homenagear a nação, batizando o carro de Montreal.anta repercussão não era à toa. O concept car foi criado com o auxílio de Marcelo Gandini, do renomado estúdio Bertone.Apesar da grande repercussão, os diretores da Casa de Arese deixaram o carro em compasso de espera e somente três anos depois, no Salão de Genebra, é que o Montreal finalmente foi lançado oficialmente. Mas o melhor é que, enquanto o carro mostrado na exposição canadense possuía um mísero motor 1.6 de 4 cilindros, a versão definitiva exibia um poderoso V8 de 2,6 litros, 197 cv e 27,5 kgfm, combinado a uma caixa de câmbio manual de 5 marchas e tração traseira. Como se não bastasse, a fera ainda apresentava uma excelente distribuição de peso, com pouco mais de 50% de seus 1.270 kg sobre o eixo dianteiro e o restante atrás. Nada mau para um modelo com motor frontal.Outro detalhe interessante eram as persianas instaladas sobre os faróis, que podiam ser recolhidas eletricamente à noite. O cuore sportivo (conjunto que reúne o brasão da Alfa Romeo e remete ao formato de um coração) estava bem no centro da grade, com destaque. No capô, que se abria para a frente, uma tomada de ar realçava o visual agressivo do Montreal.Por dentro, ao contrário do que muitos poderiam imaginar, o cupê italiano não deixava nada a desejar em relação aos demais concorrentes da época. Todos os comandos estavam bem à mão e o quadro de instrumentos era formado, basicamente, por dois mostradores circulares: no da esquerda havia o velocímetro, nível do reservatório de combustível, relógio e voltímetro. Na direita, conta-giros e indicadores de temperatura de água e de óleo. Simples, mas muito funcional e ergonômico. O Alfa Romeo Montreal, de acordo com as informações oficiais da fábrica, era capaz de atingir 220 km/h de máxima e acelerar de 0 a 100 km/h em 7,6 s, posicionando-o no mesmo nível de seus concorrentes, como a Ferrari Dino GT, o Fiat 130 e o Citroën SM, por exemplo. Em sete anos, foram produzidos pouco menos de 4.000 unidades do modelo, que entrou para a galeria dos grandes veículos produzidos em Arese. Muito antes do 8C.

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