segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Com renúncia de pacote às montadoras, bolsas operam em forte baixa na Europa

Sob ameaça de falência, ações da GM despencam quase 30% em Frankfurt; setor financeiro também tem dia de perdas


SÃO PAULO - As bolsas européias operam em forte baixa nesta sexta-feira (12). O Senado dos EUA rejeitou o pacote de ajuda as montadoras e os papéis do setor desabam. Além disso, a preocupação com a economia global pesa e pressiona os principais índices da região.
Agravando a situação já nada confortável para a indústria automobilística nos EUA, o Senado rejeitou o pacote de US$ 14 bilhões aprovado pela Casa dos Representantes, tornando cada vez mais factível o pedido de concordata de companhias como a GM, que já estaria em preparação.
Impacto para a economia
Caso alguma dessas empresas venha a quebrar, o número de desempregados no país avançaria a um ritmo bastante acelerado, já que toda a cadeia produtiva do setor seria afetada, desde o segmento de autopeças até as concessionárias, intensificando os impactos na maior economia do globo.
Os papéis de companhias ligadas ao setor automobilístico desabam nesta sessão, configurando as maiores perdas dentre os ativos negociados nos mercados europeus. Destaque de queda para os papéis da GM (-29,83%), Daimler Chrysler (-7,37%), BMW (-4,72%), Renault (-7,2%) e Michelin (-6,59%).
Commodities caem
A noticia também pesou no recuo das cotações das commodities, principalmente para o petróleo, que havia registrado forte alta na última sessão, e para a platina, muito utilizada na fabricação de veículos.
Com o recuo dos preços das matérias-primas, os ativos de mineradoras e petrolíferas operam em baixa, pressionando o índice FTSE 100 da Bolsa de Londres, onde são negociados os principais papéis do setor com Vedanta Resources (-5%), BG Group (-5,31%), Shell (-4,61%) e Kazakhmys (-4,45%).
Flight to quality
O sentimento pessimista em relação ao futuro da economia mundial impulsionou o movimento denominado flight to quality (migração para segurança), no qual investidores optam por ativos de menor risco, com menor retorno, como os títulos do Tesouro norte-americano, os Treasuries.
A grande procura por esses ativos levou o yield sobre as notas de dez anos ao menor patamar desde 1954, ficando em 2,48% ao ano. Vale também lembrar que devido à grande demanda, investidores têm aceitado durante a semana yield irrisório para alguns desses títulos com prazo mais curto.
Esse movimento também levou a cotação do dólar ao seu menor em relação ao iene em mais de treze anos, impactando diretamente sobre o setor financeiro. Com a forte aversão ao risco e a perda de confiança as ações de bancos também registram forte baixa, liderada pelos papéis do Royal Bank of Scotland (-16,64%), Lloyds (-17,15%), BNP Paribas (-10,41%) e HBOS (-15,98%)
Confira a cotação dos principais índices
O índice CAC 40 da bolsa de Paris se destaca, caindo 4,84% e atingindo 3.146 pontos. Já o DAX 30 da bolsa de Frankfurt negocia em forte baixa de 4,14% chegando a 4.570 pontos, enquanto o FTSE 100 da bolsa de Londres desvaloriza-se 3,29% a 4.245 pontos.
Já o Euro Stoxx 50, índice calculado pela agência Dow Jones e que mede o desempenho das 50 principais ações da Europa Continental opera em forte baixa de 4,82%, atingindo a 2.366 pontos.

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