quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Último salão de carros europeu em 2008 é termômetro da crise

Abre na sexta-feira (5) a última grande exposição automobilística do ano, o 33º Salão de Bolonha. Embora não seja tão badalada quanto as mostras de Genebra, Frankfurt e Paris, a italiana, que há três anos integra o calendário oficial da Oica (associação internacional de fabricantes), tem se firmado no cenário internacional por, em geral, reservar boas surpresas. O evento recebe o público até o dia 14.Para a edição deste ano, por exemplo, são aguardadas as estréias de três compactos "irmãos", os franceses Citroën C1 e Peugeot 107 e o japonês Toyota Aygo -- sem falar no monovolume Volkswagen Golf Plus (o aeroporto Guglielmo Marconi está todo enfeitado com logotipos da Volks, dando boas-vindas ao modelo), da minivan Opel Zafira com motor turbo a gás natural, da segunda geração do hatch Mazda3, do indiano Mahindra Thar ("inspirado" no Jeep Willys) e no Iveco Campagnola. Há também "surpresas" que alguns fabricantes estão anunciando, e atrações que foram mostradas antes apénas no Salão de Paris, em outubro. No total, são aguardadas oito estréias mundiais e 11 européias.O Salão de Bolonha ocupa 140 mil metros quadrados de área coberta e 90 mil metros quadrados de atrações ao ar livre, incluindo circuitos para test-drive e exibições que envolvem 250 pilotos. Haverá atrações como mesas-redondas e atividades interativas. São 304 expositores, vindos de 19 países
Quem vê esses números confirmados pela organização do evento tem a impressão de que a crise passará longe do BolognaFiere Exhibition Centre. Não é verdade. "O 33º Bolonha Motor Show abrirá seus portões em uma época muito delicada. Não é a primeira vez que o salão acontece no final de um ano difícil. Basta lembrar que a edição de 1993 foi realizada quando houve um número de licenciamento de veículos 29% menor em relação ao ano anterior", afirma Giada Michetti, diretor da Promotor International, que organiza o evento.Segundo ele, o mundo passa por uma mudança estrutural em toda a economia, e o setor automobilístico vai sair dela "drasticamente modificado". Michetti não se refere apenas à crise financeira, mas a toda a transição que ocorre em termos de meio ambiente, segurança, combustíveis e custos operacionais. "O caminho certo para isso é a novação tecnológica. Após este período de transição, o carro será reconfirmado como meio de transporte indispensável para quem busca liberdade e independência", diz o diretor.Numa época de tantas notícias ruins vindas de Detroit, berço da indústria automobilística norte-americana, cujo salão já sofreu uma série de deserções de marcas importantes, o Salão de Bolonha servirá como uma espécie de termômetro para que se possa sentir como a Europa reagirá à crise em 2009. Uma coisa é certa: com um marketing extremamente agressivo, o Salão de Bolonha quer entrar de vez na rota das grandes exposições automobilísticas mundiais

Nenhum comentário: